PMs libertam filho de coronel

Por estar no lugar errado na hora errada, o filho de um coronel da Brigada Militar (BM) passou por maus momentos nas mãos de assaltantes no início da tarde de ontem, na Capital.Às 12h5min, o rapaz de 22 anos – cujo nome ele pediu para ser preservado, por medo de represálias – deixava o trabalho para almoçar. O administrador de empresas estava na Avenida Itaqui, perto da Avenida Lageado, no bairro Petrópolis, quando foi abordado por dois homens, um deles armado com um revólver calibre 38.Colocado no banco do carona, ficou sabendo depois da arrancada no Peugeot 207 como tinha virado alvo:– Pegaram-me porque estava parado perto de uma caminhonete, que arrancou antes. Disseram: “A gente só te pegou porque senão tu ias ver a gente pegando o cara da caminhonete”.O Peugeot seguiu em frente, mas o cuidado da dupla foi inútil. Uma colega da vítima viu tudo e avisou o chefe deles. Em seguida, o pai do jovem ligou para a BM. O 11º Batalhão de Polícia Militar informou às viaturas.Ao lado do motorista e na mira do revólver do assaltante que sentou no banco de trás, a vítima passou uma hora circulando. Na altura do IPA, encontraram um terceiro envolvido, que ficou com os cartões bancários do administrador para tentar sacar dinheiro. O veículo permaneceu circulando. O grupo se comunicava por celular.– Eles se deram mal porque ficaram na área do batalhão – disse o comandante do 11º BPM, tenente-coronel Sérgio Lemos Simões.Um terceiro criminoso conseguiu escaparEra perto das 13h quando o Peugeot encontrou-se com uma viatura na Avenida Assis Brasil. O motorista acelerou. A perseguição durou poucos minutos. A dupla tentou escapar pela Avenida Carlos Trein Filho, no bairro Cristo Redentor (Zona Norte) mas acabou batendo no meio-fio. A abordagem ocorreu na curva da avenida que cruza a Assis Brasil e leva ao Hospital Cristo Redentor. A vítima não se feriu. Ele bloqueou os cartões bancários, porém não soube dizer se houve algum saque.Os assaltantes foram identificados pelo tenente-coronel como Sérgio Roberto Schaurich, de Alvorada, e Miguel Marcelo da Costa Xavier, do Morro Santana. O terceiro não foi localizado nem identificado. No total, oito viaturas e mais de 20 PMs participaram da perseguição. Simões disse que a mobilização é feita em todas ocorrências deste tipo, independentemente de a vítima ser familiar de oficial.O pai do rapaz disse que a família nunca tinha passado por tal situação e que o comportamento calmo dos assaltantes pode ser considerado “sorte”:– Imagina, podiam estar drogados. E não sabiam que ele era filho de policial, senão talvez nem estivéssemos aqui.andre.mags@zerohora.com.brANDRÉ MAGS
fonte zero hora