quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Apple lança tablet e esquenta disputa no mercado de e-books


Tecnologia 27/01/2010 08h30min


O duelo hi-tech do momento terá mais um round hoje, quando a Apple deverá anunciar seu tablet – um novo tipo de computador portátil. Apple e Amazon disputam corações e mentes de editoras, escritores e leitores no mercado de livros digitais, ou e-books. Hoje, a Amazon responde por mais de 70% das vendas de leitores digitais (e-readers). O tablet da Apple será um aparelho bem mais versátil do que o Kindle – e também mais caro, mas vai dar acesso a livros, jornais e outras publicações, para clientes da App Store do iTunes. Na última quinta-feira, a Amazon antecipou-se ao anúncio da Apple e divulgou a abertura do Kindle a desenvolvedores externos de software. Assim, qualquer um poderá criar aplicativos para o aparelho – programas como os usados nos telefones celulares. Ao criar conteúdo para Kindle, programadores terão direito a 70% do faturamento com as vendas, descontados os custos de distribuição. Editoras também podem criar e vender softwares para o Kindle. – Acho ótimo o que está acontecendo. Quanto mais gente vendendo livros, em qualquer formato, melhor – diz Richard Charkin, diretor executivo da Bloomsbury Publishing em Londres. Estimular a briga entre as gigantes de tecnologia não garantirá vida fácil para o mercado editorial. Ao sair das garras de Jeff Bezos, presidente da Amazon, cairão nas de Steve Jobs, da Apple, também conhecido por ser um executivo duro – a política de preços da companhia para vender músicas em sua loja digital arrepia as gravadoras. Os aparelhos da Amazon e da Apple são diferentes. O Kindle é um equipamento para ler. Sua bateria tem longa duração e a tela não cansa os olhos. Para os adeptos do tablet da Apple, jogar videogame e assistir a vídeos será mais importante do que ler. Mesmo assim, executivos da empresa de Steve Jobs passaram a última semana em Nova York conversando com representantes de grandes editoras. Teriam proposto um acordo mais vantajoso do que o da Amazon para distribuir e-books, no qual a Apple ficaria com uma comissão de 30%. Os editores, porém, definiriam o preço dos livros – um dos maiores problemas da relação com a Amazon, que fixa um preço de venda de US$ 9,99 para a maioria dos lançamentos. A entrada do tablet da Apple no mercado de e-books dá às editoras a esperança de conseguir negociar melhor com a Amazon. Expectativa que será maior quando o Google também entrar na briga. – Quanto mais empresas venderem e-books, mais importantes serão as editoras – afirma Mike Shatzkin, executivo-chefe da Idealog, que ajuda editores a desenvolver estratégias digitais. Lançamentos temperam disputa > Antecipando-se ao novo aparelho da Apple, a Amazon liberou qualquer programador a desenvolver aplicativos para o Kindle. A empresa espera que os programadores criem calculadoras, sistemas de acompanhamento da bolsa de valores ou joguinhos simples. > A Amazon também acha que uma nova variedade de e-books surgirá, como livros de viagens com a função “localizar” e guias de restaurantes adaptados ao local onde o Kindle está. Surgirão também livros-texto com “quizzes” interativos e romances que combinem texto e áudio. > O tablet da Apple (acima) será “mais multimídia” e deverá ser usado para jogar videogames e assistir a vídeos. Mas a Apple trabalha em acordos para oferecer conteúdo de livros, jornais e outras publicações pela loja App Store do iTunes.

THE NEW YORK TIMES

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